Tireoidite é um termo geral que se refere à inflamação da glândula tireoide.
Existem vários tipos de tireoidite e aqui irei descrever os mais frequentes.
Tireoidite crônica de Hashimoto
A tireoidite crônica de Hashimoto é a maior causa de hipotireoidismo permanente. O diagnóstico é feito através da dosagem dos anticorpos contra a tireoide e normalmente não há sintomas locais de dor. O tempo de evolução para o hipotireoidismo varia de uma pessoa para outra e frequentemente vemos pacientes que apresentam anticorpos contra a tireoide que não apresentam a deficiência da produção dos hormônios. Entretanto, em grande parte dos casos ocorre a evolução para o hipotireoidismo em algum momento e torna-se necessário iniciar a reposição com o hormônio da tireoide (levotiroxina). O tratamento varia de acordo com a fase em que se apresenta esta alteração, por isso em caso de sintomas sugestivos procure seu endocrinologista para uma orientação adequada.
Tireoidite granulomatosa subaguda
É também chamada de tireoidite de Quervain ou tireoidite dolorosa e é a causa mais frequente de dor na região da tireoide. Acredita-se que seja causada por uma infecção viral.
Os sintomas mais frequentes são:
– Dor moderada a intensa a região da tireoide que pode irradiar para a parte superior e posterior do pescoço, mandíbula, ouvido e garganta, geralmente precedida por uma infecção viral.
– Febre
– Astenia
– Sintomas de hipertireoidismo ou de hipotireoidismo, dependendo da fase da doença.
Neste caso, a inflamação da tireoide faz com que ela libere, no início do processo, muito hormônio no sangue, causando um hipertireoidismo (excesso do hormônio da tireoide) inicial, que em geral dura de 2 a 6 semanas. Em seguida, durante o período de inflamação, ocorre uma deficiência da produção destes hormônios até que esta este processo se resolva e a tireoide volte a funcionar normalmente. Nesta fase pode ocorrer um hipotireoidismo que normalmente é temporário, mas pode levar semanas a meses até sua resolução total, o que ocorre na grande maioria dos casos. Entretanto, um percentual pequeno de pacientes pode desenvolver hipotireoidismo permanente.
Tireoidite linfocítica subaguda
Também chamada de tireoidite silenciosa ou indolor, pode apresentar alterações hormonais semelhantes às da tireoidite granulomatosa, mas em geral não cursa com quadro de dor ou outros sintomas gerais de infecção.
A causa provável é por uma doença autoimune e aqui já há maior chance de se apresentar hipotireoidismo definitivo ou recidivas.
Tireoidite pós-parto
Ocorre em geral imediatamente ou alguns meses após o parto. Os sintomas são parecidos com os da tireoidite linfocítica subaguda e a presença de anticorpos contra a tireoide é frequente. Ela ocorre mais frequentemente nas mulheres que apresentaram elevação destes anticorpos no início da gestação.
Dependendo da fase da doença pode haver sintomas de hipertireoidismo ou hipotireoidismo.
Ela pode evoluir com hipotireoidismo definitivo em torno de 20% dos casos e há uma forte tendência a recidiva em uma gestação seguinte. Por isso mulheres que já apresentaram um episódio de tireoidite pós-parto devem ficar atentas a estas possibilidades.
Tireoidite aguda
A tireoidite aguda também é chamada de tireoidite infecciosa ou supurativa. Ela é causada na maioria das vezes por infecções bacterianas, mas felizmente é bastante rara.
Os sintomas mais frequentes são dor na região da tireoide, em geral apenas do lado acometido, febre, calafrios, fraqueza. Na maioria das vezes não há sintomas de hipertireoidismo.
O tratamento é feito com antibióticos e drenagem da secreção em caso de formação de abcesso e deve ser iniciado o mais precocemente possível.