A osteoporose é uma doença que se caracteriza pela diminuição de massa óssea e causa ossos mais fracos, frágeis e mais sujeitos a fraturas. Ela não apresenta sintomas e não raramente é diagnosticada no momento de uma fratura óssea. Por isso o ideal é que população com maior risco de desenvolver esta doença faça exames para sua detecção e possa se tratar de forma adequada.
As mulheres na menopausa são as mais acometidas por esta patologia devido à redução do hormônio estrógeno (que protege contra a perda da massa óssea) após este período, mas homens também pode apresentar osteoporose. Uma a cada quatro mulheres com mais de 50 anos desenvolve a doença. De acordo com dados estatísticos, para cada homem que apresenta osteoporose existem 4 mulheres com esta doença.
Os ossos mais atingidos pela osteoporose são as vertebras na coluna, o fêmur e os ossos do punho. Destas, a fratura mais perigosa é a do colo do fêmur. Um quarto dos pacientes que sofrem esta fratura vem a falecer dentro de seis meses e os que sobrevivem apresentam uma redução importante da qualidade de vida.
Causas osteoporose
A osteoporose é dividida em primária ou secundária.
Osteoporose primária
As maiores causas de osteoporose primária são a que ocorre após a menopausa, pela queda do estrógeno nas mulheres e a osteoporose senil causada pelo envelhecimento e deficiência de cálcio.
Osteoporose secundária
A osteoporose secundária é causada por alguma doença, deficiência ou uso de medicamentos predisponentes:
– hipertireoidismo, diabetes, acromegalia, excesso de prolactina, excesso de corticoides, doenças da hipófise, deficiência de testosterona, deficiência de estrógeno, menopausa prematura, anorexia nervosa, déficit energético relativo em atletas, doenças do metabolismo do cálcio, doença celíaca, síndromes de má absorção, desnutrição, doença inflamatória intestinal, lúpus, artrite reumatoide, mieloma múltiplo, doença renal crônica, doença hepática crônica, HIV/AIDS, enfisema.
– uso de medicações como corticoides, anticonvulsivantes, antipsicóticos, antirretrovirais, heparina.
– alcoolismo, imobilidade, baixo peso.
Diagnóstico
O diagnóstico da osteoporose é feito através alguns exames, sendo o mais conhecido a densitometria óssea que avalia a qualidade dos ossos e fornece uma estimativa do risco de fratura.
A densitometria óssea é recomendada para os seguintes pacientes:
– todas as mulheres a partir de 65 anos e em todos os homens a partir dos 70 anos
– nas mulheres após a menopausa e em homens entre 50 a 69 anos que apresentem fatores de risco individuais.
– nas mulheres após a menopausa e em homens com mais de 50 anos que tenham apresentado uma fratura relacionada a idade para se determinar se há e qual o grau de osteoporose.
Radiografias dos ossos podem mostrar fraturas atuais ou antigas que podem ter ocorrido de forma pouco sintomática e que não raramente são descobertas no rastreamento.
Recomenda-se fazer algum exame de imagem da coluna vertebral, do quadril e do colo do fêmur em pacientes que apresentem alterações na densitometria ou com fatores de risco específicos, de acordo com o julgamento médico (pacientes com fraturas após traumas leves, pessoas que perderam muita estatura, pessoas que fizeram uso de corticoides por tempo prolongado, por exemplo).
Exames de sangue também auxiliam no diagnóstico e controle do tratamento desta patologia, pois algumas doenças ou situações predispõem ao aparecimento da osteoporose e pode ser detectadas através de exames laboratoriais.
Deficiência de vitamina D, hipertireoidismo, alterações do metabolismo do cálcio, insuficiência renal ou hepática, deficiência da testosterona no homem, doenças que levem a má absorção, anemia, doenças de suprarrenal que levem a excesso de corticoide ou uso prolongado de corticoide podem predispor a osteoporose e devem ser avaliadas, entre outras.
Fatores de risco
Os fatores de risco para osteoporose são:
– idade acima de 50 anos.
– sexo feminino.
– raça branca.
– baixo peso.
– mulheres com menopausa precoce que não fizeram terapia de reposição hormonal.
– mulheres que não estejam menstruando normalmente.
– mulheres na pós-menopausa.
– tabagismo e alcoolismo.
– pessoas com história familiar de fraturas ou de osteoporose.
– pacientes portadores de doenças crônicas graves (renal, hepática, cardíaca, hipertireoidismo)
– homens com deficiência de testosterona.
– uso de certas medicações como corticoides, anticonvulsivantes, entre outros por tempo prolongado.
– pacientes em imobilização prolongada ou com imobilidade.
– baixa ingestão de cálcio.
– aqueles que já apresentaram fraturas na idade adulta.
Tratamento
O tratamento da osteoporose pode incluir medicamentos específicos, mas também é importante manter o consumo correto de cálcio e vitamina D e realizar de exercícios físicos adequados para cada caso.
As maiores fontes de cálcio são o leite e seus derivados, mas ele também está presente em outros alimentos como as verduras escuras, gergelim, feijão branco e tofu. Entretanto a quantidade de cálcio absorvida destes alimentos e menor. Quando não houver o consumo necessário de cálcio na dieta ele pode ser suplementado.
A vitamina D não está presente em quantidades adequadas na alimentação habitual da nossa população e sua fonte maior é a produção na pele pela exposição ao sol. Quando isso não for possível também pode ser feita sua suplementação. Lembrando que doses excessivas de vitamina D podem levar a intoxicação e devem ser usadas apenas após avaliação do seu médico.
O risco de desenvolver a osteoporose pode ser reduzido através da atividade física e do consumo adequado de cálcio e vitamina D.
É importante reforçar que sua prevenção se inicia na infância e adolescência e que o consumo destes nutrientes nas quantidades recomendadas nesta fase da vida é essencial para que se tenha um pico adequado de massa óssea com redução do risco de fraturas no futuro.
Mesmo com todos estes cuidados alguns pacientes ainda vão desenvolver a osteoporose, mas felizmente existem tratamentos muito eficazes para tratá-la. Informe-se com seu médico.