A presença de nódulos de tireoide geralmente causa muita preocupação para os pacientes.
Na grande maioria das vezes eles são benignos, porém uma pequena parte pode ser um câncer da tireoide e por isso todos os nódulos devem ser cuidadosamente avaliados por um endocrinologista.
Não se sabe exatamente o que causa estes nódulos, porém sabemos que eles são extremamente comuns na população geral.
Depois dos 60 anos de idade mais de 50% da população apresenta algum nódulo da tireoide que pode ser encontrado pelo exame clínico, mas em alguns casos eles só são detectados por exames de imagem, por causa de seu reduzido tamanho.
Não há indicação de se fazer ultrassonografias de rotina para toda a população, só em casos em que há suspeita real da presença dos nódulos e em alguns pacientes com história familiar forte para câncer de tireoide.
A Tireoidite de Hashimoto (que é a causa mais comum de hipotireoidismo e muito frequente na população) e a deficiência de iodo estão associadas a um risco aumentado para apresentar nódulos de tireoide.
Felizmente, mais de 90% destes nódulos são benignos e necessitam apenas de acompanhamento clínico.
A presença de nódulos na tireoide não significa necessariamente alterações na produção dos hormônios da tireoide. Você pode ter níveis de hormônios normais e ter nódulos ou pode ter alteração na produção de hormônios (tanto falta como excesso), porém não apresenta-los.
Os nódulos podem ser descobertos no exame clínico, durante a palpação da região do pescoço ou através de exames de imagem.
O ultrassom é o melhor exame para avaliação de nódulos (em geral não se pede tomografia nem ressonância) e ele fornece as informações mais importantes como as características dos nódulos e o risco de malignidade dos mesmos, indicando ou não a necessidade de se fazer uma punção para avaliar se são benignos ou malignos.
É importante frisar que nem todos os nódulos precisam ser submetidos a biópsia por agulha fina (PAAF da tireoide), especialmente os pequenos e com características de benignidade ao ultrassom.
Mas se for necessária, a punção da tireoide é um exame relativamente simples, realizado de forma ambulatorial. A maioria dos pacientes tem muito medo de fazer a punção, mas em geral não há ou é mínimo o desconforto durante o procedimento porque a agulha utilizada é muito fina, e pode ser feita anestesia local da pele caso o paciente prefira.
Nódulos malignos deverão ser encaminhados para tratamento cirúrgico.
Nódulos benignos deverão ser acompanhados com ultrassom e só precisarão ser submetidos a nova punção em caso de crescimento significativo ou mudança de suas características. A frequência destes exames será de acordo com o julgamento clínico do seu médico.
Alguns nódulos podem vir como suspeitos e seu médico irá decidir se pode apenas acompanhá-los com ultrassom e/ou novas punções por agulha fina ou indicar a cirurgia para sua. Isso varia de caso para caso e esta decisão levará em conta não apenas o resultado da punção, mas também as características ultrassonográficas dos nódulos e fatores da história clínica do paciente. Atualmente temos também exames de análise genética que auxiliam na conduta destes casos.